Há tempos os cientistas sabem que os cachorros são capazes de associar
uma palavra a um objeto. No entanto, quando um cachorro entende que o
dono quer que ele pegue uma "bola" ou o um "osso", ele está longe de
compreender o significado exato da palavra. Pesquisa mostra que esses animais
associam as palavras aos objetos de modo diferente dos humanos, e não
sabem exatamente o artefato a que ela está se referindo – mas sim o seu
tamanho e textura.
Estudos anteriores já haviam mostrado que os humanos com idade entre
dois e três anos aprendem a associar novas palavras com o formato dos
objetos. Uma criança que aprende o que é uma bola, por exemplo, vai
associar à palavra uma série de objetos com o mesmo formato. Com os
cachorros não é isso que acontece. No novo estudo, os pesquisadores treinaram Gable, uma Border Collie de
cinco anos. Antes do experimento, seu "vocabulário" continha 54
expressões, referentes a objetos diferentes.
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Gable aprendeu a reconhecer 54 objetos diferentes
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No estudo, eles ensinaram Gable o significado de uma nova palavra:
Dax.
Ela se referia a um brinquedo pequeno e felpudo em forma de U. Dez
minutos depois, eles apresentarem à cadela uma série objetos que não
eram o
Dax, mas tinham ou o mesmo formato em diferentes
tamanhos ou o mesmo tamanho em diferentes formatos. Todas as vezes em
que Gable foi ordenada a buscar o objeto
Dax, ela levou aos pesquisadores artefatos com o seu tamanho, e não o formato de U.
Em uma segunda fase do estudo, os pesquisadores deixaram a cadela conviver por 39 dias com o objeto
Dax,
para se familiarizar com ele, e repetiram o teste. Dessa vez, ela não
escolheu objetos do mesmo tamanho e nem do mesmo formato, mas sim de
texturas semelhantes.
"Enquanto o formato importa para os seres humanos, tamanho e textura
importam mais para os cachorros", afirma Emile van der Zee, psicóloga da
Universidade de Lincoln, na Inglaterra, uma das responsáveis pelo
estudo. Os cientistas suspeitam que isso acontece por causa das
diferenças na forma como a evolução moldou o modo como cachorros e
homens percebem o mundo.
Fonte:
http://veja.abril.com.br