O tardígrado (nome científico:Immortalius Nuncamorrius) ou urso d'água
é considerado por muitos: o animal mais resistente do mundo. Pertecente ao filo Tardigrada, seu primeiro registro foi por volta de 1773 e desde então mais de 400 espécies já foram catalogadas.
Imortal?
Quase. Não seria exagero dizer que esse pequeno animal é de outro
mundo. Seu nome? Tardígrado, também chamado de urso d’água ou leitões do
musgo. Essas criaturas são na verdade artrópodes aracnídeos (da classe
das aranhas), possuindo oito patas, cada pata possui de quatro a oito
pequenas garras e seu corpo varia de 0,05 a 1,25mm. Vivem entre os
musgos e liquens, podendo ser fortemente pigmentados, indo do laranja
avermelhado ao verde oliva.
Esses
animais possuem uma anatomia complexa, são recobertos de quitina e não
existe sistema circulatório e nem aparelho respiratório, as trocas
gasosas são realizadas de forma aleatória em qualquer parte do corpo. A
grande maioria se alimenta sugando o conteúdo celular de bactérias ou
de algas. São encontrados em todo o planeta, desde o fundo oceânico ao
alto do Himalaia. Das mais de 600 espécies conhecidas, cerca de 300
foram descritas no Ártico e na Antártica, também foram catalogadas 115
espécies na Groenlândia.
Se
os seres humanos forem expostos a 100 grays de radiação, ocorre à morte
devido à falência do sistema nervoso central, o que resulta em perda
da coordenação motora, distúrbios respiratórios, convulsões, estado de
coma e finalmente a morte que pode ocorrer em cerca de um ou dois dias
após a exposição. Já os “imortais” tardígrados suportam nada mais e
nada menos que 5700 grays de radiação.
Em Setembro de 2007, a Agência Espacial
Européia realizou uma pesquisa utilizando os tardígrados, colocando-os
em uma cápsula espacial, a Foton-M3, e os enviou ao espaço. Resultado?
Os bichinhos não só sobreviveram aos raios cósmicos, radiação
ultravioleta e falta de oxigênio, mas ainda foram capazes de
reproduzirem num ambiente tão inóspito. Para ter uma noção, no espaço,
os raios ultravioletas são cerca de mil vezes mais intensos do que os
encontrados na Terra. Ainda é um mistério sem explicação ou teoria para o
motivo pelo qual estes animais conseguiram sobreviver por tanto tempo
sem oxigênio e sendo bombardeado com altas doses de radiação cósmica.
Todo mundo que passou pelo segundo grau, certamente sabe o que é o zero
absoluto ou ao menos ouviu falar. É a temperatura na qual não existe
movimentação de nenhuma molécula. É uma temperatura teórica porque é
extremamente baixa, -273,15ºC, o que equivale ao zero na escala Kelvin
e, apesar de os cientistas não terem alcançado esse valor, chegaram
muito próximo.Os
tardígrados são realmente especiais. Algumas universidades americanas
fizeram pesquisas com tardígrados, congelando-os em uma temperatura
super próxima do zero absoluto, cerca de -271 ºC. Os cientistas não
ficaram surpresos quando “reanimaram” os animais colocando apenas água e
descongelando-os. Não se esperaria que nenhum animal sobrevivesse após
terem sido congelados nesta temperatura, mas os tardígrados realmente
provaram que são completamente diferente de todo o tipo de vida
conhecida no nosso planeta.